Armando Batista
Nove horas da manhã. Armando espreguiça-se ainda deitado na cama. Descola os olhos aos poucos, lutando contra a claridade. Um bocejo é seguido por uma flatulência e um suspiro de alívio. Mais uma manhã. Mais um dia.
Era julho, e Armando odeia julho. Os ventos e o sol forte deixam ele com os lábios ressecados e sempre com sede. As crianças fazem barulho na rua, correm, gritam, se divertem, ele já não aguenta mais ver aquela despreocupada e feliz infância que o faz rememorar a sua.
O telefone toca na segunda mordida do pão com manteiga. Ele toma um gole de café e levanta-se para atender, quase sem vontade. Era Diogo.
– Hey Man! Está fazendo o quê? – Pergunta Diogo.
– (entre bocejos) Acabei de acordar. – Responde Armando.
– Quanto aquilo de ontem a noite... é...
– Cara, esquece! A amizade não se conta pelos anos e sim pela intensidade dela. É como a vida... Pelo menos deveria ser assim a vida: contada não pelos anos e sim pela intensidade que viveu todos os momentos.
– Vamos sair à noite?
– Tudo bem, me liga. Estou comendo para ir trabalhar, então...
– Ok! Até!
Armando desliga o telefone, dá mais um gole no café, mais uma mordida no pão, ascende o cigarro, pega o paletó e o chapéu no armador e sai pela porta. Seu pensamento, como de costume, era o mesmo: Droga de vida! Ter que ir trabalhar. Porque não nasci rico? Preguiça!
Chega ao trabalho. – Bom Dia! – Bom Dia! Sorri. Coça a cabeça, sobe as escadas e fecha-se no escritório. Sua secretária chama-se Glória. Uma loira, alta, olhos verdes, cabelos grandes, ondulados e volumosos. Ela possuía uma pinta entre a boca e o nariz, perfeitamente localizada à esquerda. Era a pinta que todo homem diria ser o chamado do pecado. Pela cabeça de Armando era a pinta. Mas, toda a Glória era o chamado do pecado. Curvas, olhos, cabelos, pinta, tudo perfeito. Para a maldade. A mulher exalava o perfume do amor e a voz das damas da noite. Era a caracterização perfeita para o diabo desvirtuar os homens de bem.
– Senhor Batista. A companhia de telefone ligou, vão mandar uma equipe para resolver o problema. – Anunciou Glória.
– Obrigado Glória. – Falou Armando.
Ele não deixava de contemplar a beleza daquela mulher quando ela voltava de um recado dado. Ela girava o pé esquerdo, enquanto o direito a apoiava, fazendo seu estupefante glúteo querer se libertar da saia. Seu rosto virava depois, deixando o cabelo para trás que levemente acompanhava o ritmo. Ele quase sempre morria de tesão, apenas com esse movimento. Mas, sempre se conteve. Nunca passou dos seus pensamentos. Ele nem mesmo sabia se ela tinha algum compromisso com alguém. Preferia ficar na defesa.
O expediente acabou, como sempre acabava. Tudo igual. Glória entrou na sala umas cinco ou seis vezes, e sempre o movimento fazia Armando delirar por dentro, o que refletia em suas calças de linho. Pediu para ir embora as dezoito horas, e ele como sempre disse sim. Ela deu boa noite, ele respondeu, e logo depois também foi embora.
Era julho, e Armando odeia julho. Os ventos e o sol forte deixam ele com os lábios ressecados e sempre com sede. As crianças fazem barulho na rua, correm, gritam, se divertem, ele já não aguenta mais ver aquela despreocupada e feliz infância que o faz rememorar a sua.
O telefone toca na segunda mordida do pão com manteiga. Ele toma um gole de café e levanta-se para atender, quase sem vontade. Era Diogo.
– Hey Man! Está fazendo o quê? – Pergunta Diogo.
– (entre bocejos) Acabei de acordar. – Responde Armando.
– Quanto aquilo de ontem a noite... é...
– Cara, esquece! A amizade não se conta pelos anos e sim pela intensidade dela. É como a vida... Pelo menos deveria ser assim a vida: contada não pelos anos e sim pela intensidade que viveu todos os momentos.
– Vamos sair à noite?
– Tudo bem, me liga. Estou comendo para ir trabalhar, então...
– Ok! Até!
Armando desliga o telefone, dá mais um gole no café, mais uma mordida no pão, ascende o cigarro, pega o paletó e o chapéu no armador e sai pela porta. Seu pensamento, como de costume, era o mesmo: Droga de vida! Ter que ir trabalhar. Porque não nasci rico? Preguiça!
Chega ao trabalho. – Bom Dia! – Bom Dia! Sorri. Coça a cabeça, sobe as escadas e fecha-se no escritório. Sua secretária chama-se Glória. Uma loira, alta, olhos verdes, cabelos grandes, ondulados e volumosos. Ela possuía uma pinta entre a boca e o nariz, perfeitamente localizada à esquerda. Era a pinta que todo homem diria ser o chamado do pecado. Pela cabeça de Armando era a pinta. Mas, toda a Glória era o chamado do pecado. Curvas, olhos, cabelos, pinta, tudo perfeito. Para a maldade. A mulher exalava o perfume do amor e a voz das damas da noite. Era a caracterização perfeita para o diabo desvirtuar os homens de bem.
– Senhor Batista. A companhia de telefone ligou, vão mandar uma equipe para resolver o problema. – Anunciou Glória.
– Obrigado Glória. – Falou Armando.
Ele não deixava de contemplar a beleza daquela mulher quando ela voltava de um recado dado. Ela girava o pé esquerdo, enquanto o direito a apoiava, fazendo seu estupefante glúteo querer se libertar da saia. Seu rosto virava depois, deixando o cabelo para trás que levemente acompanhava o ritmo. Ele quase sempre morria de tesão, apenas com esse movimento. Mas, sempre se conteve. Nunca passou dos seus pensamentos. Ele nem mesmo sabia se ela tinha algum compromisso com alguém. Preferia ficar na defesa.
O expediente acabou, como sempre acabava. Tudo igual. Glória entrou na sala umas cinco ou seis vezes, e sempre o movimento fazia Armando delirar por dentro, o que refletia em suas calças de linho. Pediu para ir embora as dezoito horas, e ele como sempre disse sim. Ela deu boa noite, ele respondeu, e logo depois também foi embora.
2 comentários:
poxa adoreii, vc escreve bem, tudo tao profundo....apesar de nao saber como descrever direito, achei lindo, tocante!!!
bom é quando toca mesmo. mesmo a gente nao sabendo descrever!
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